Alguns dos brinquedinhos do Dr. Koff, a gente tenta ser humilde, mas...
Abram alas ao presidente multicampeão! Falo tanto no nome Fábio André Koff e hoje vim mostrar a vocês porque este juiz de direito aposentado é uma inspiração, um espelho para mim em individual, mas alto lá, não relatarei nada aqui que não seja verdade.
Nascido em 13 de maio de 1931, criado em Garibaldi, na serra gaúcha ganhou sua primeira camiseta do Grêmio no ano de 1937, com seis anos de idade. Único gremista entre seus primos, Dr. Fábio, que teve seu primeiro contato com o Grêmio pelo rádio, muitas vezes fugia para ouvir as partidas do Tricolor.
Nos anos 40 estudante do IPA, na capital aproximou-se ainda mais do Grêmio, um de seus professores era técnico do Tricolor, o que levou doutor Fábio a treinar muitas vezes um o plantel do Grêmio, que na época sua casa era a Baixada. A torcida nos anos 40 era reservada, mas Dr. Fábio vestia sempre sua camiseta Tricolor e sentava na arquibancada de madeira para assistir o Grêmio. Senhoras e senhores, Dr. Fábio veio da Geral da Baixada.
Em Erechim, foi jogador de futebol do extinto Atlântico, clube que mais tarde veio a ser técnico e sucessivamente dirigente.
Ainda em Erechim, Dr. Fábio conheceu sua dama de olhos azuis, com quem é casado a 50 anos, sua esposa: dona Ivone Koff. O presidente multicampeão era dono de uma loja de grande nome em Erechim, porém, dona Ivone logo deixou claro: "Loja não é bom e tua cabeça é muito boa". E dona Ivone convenceu Dr. Fábio que ele deveria fazer a faculdade de Direito em Passo Fundo. Concluiu a faculdade e fez concurso para juiz de direito, onde foi aprovado, daí então "Os Koff's" fizeram uma viagem pelo interior do RS.
O casal então, mudou-se para Flores da Cunha, porém os ânimos em Frederico Westphalen estavam agitados e era preciso um juiz de braço forte e de grande honestidade, precisava-se de um nome que botassem ordem, um nome malandro, este nome foi Fábio André Koff. Passando de cinco à seis anos em Frederico, era a vez do casal mudar-se para São Jerônimo (cidade de quem escreve à vocês, para quem não sabe), depois Canoas e por último aonde reside até hoje: a capital Porto Alegre.
O juiz de direito aposentado, teve dois filhos: Fábio Koff Junior, que seguiu a profissão do pai, juiz de direito e Alexandre Koff, que exerce a profissão de dentista.
Até agora, falei muito da vida pessoal do Dr. Fábio, fica a pergunta no ar: AONDE ENTRA O GRÊMIO NISTO TUDO? Pois bem, a vida do Dr. Fábio é inteira azul, branca e preta, mas se tu queres saber no momento em que ele entra para a administração do clube, te conto agora.
Em meados da década de 70, Dr. Fábio trabalhou na administração do clube, porém o juiz "malandro" queria mais: a cadeira de presidente.
Assumiu o Grêmio em 1982, no lugar do presidente Hélio Dourado, o clube fora disputar sua primeira Libertadores, porém, sem conhecer muito bem o torneio acabou sendo eliminado na primeira fase, como se não bastasse, em pleno Olímpico, contra o Flamengo o Grêmio fica com um vice-campeonato do brasileiro.
Falar da história do Dr. Fábio no Grêmio nos anos de 82/83 talvez às vezes pareça muito difícil, mas difícil mesmo foi viver os bastidores da caminhada de 83 e segurar "a barra" que Dr. Fábio segurou. Os mandatos naquela época eram de 1 ano apenas, e a situação Fábio Koff x torcida não estava nada bom e os muros de POA criaram voz: "Fora Koff". Dr Fábio deveria decidir ou fica no Grêmio para 1983 ou não. Chegou em casa, após perder para o Flamengo e juntamente com ele chegou a polícia, seu filho havia brigado no Estádio e chegou a porta de casa acompanhado pela polícia. O clima em casa estava pesado também, o cachorro o esperava latindo e a sogra xingava o clube de tudo, era hora de tomar uma decisão, mas um pressentimento, lhe dizia que ele seria campeão da América, convocou uma reunião de família e de lá saiu o "fico". Foi eleito como único candidato, a torcida enlouqueceu.
Os preparativos para o ano de 1983 que muitos não pensavam que seria o ano azul nem em sonho, começa pela sacudida no time, o primeiro a fazer as malas foi Emerson Leão, Dr. Fábio e o plantel o consideravam personalista demais e Leão que era o capitão, entregou o posto ao barbudo e cabeludo: Hugo de Léon. Depois veio o grande golaço do Dr. Fábio, que muito apostava em Renato. Ênio Andrade, o atual técnico queria despachar Renato e quem foi despachado foi ele, e veio nosso querido Valdir Espinosa. Depois mais 5 jogadores, considerados os principais foram mandados em bora, eram eles W. Tadei, Paulo Isidoro, Batista e o nosso artilheiro de Deus. Era de enlouquecer.
Dr. Fábio passa a ganhar todas as partidas na Bolívia, e o presidente do Bolívar com suas provocaçõezinhas para Dr. Fábio Koff era ignorado na cara dura. Era planejada a Libertadores de 1983 e mesmo assim quando Dr. Fábio pisava em solo Gaúcho os muros ainda gritavam "FORA KOFF", como se não bastasse o Grêmio fora eliminado do campeonato brasileiro, no Olímpico e perde na Colômbia seguidamente os muros de POA não gritavam mais, BERRAVAM, IMPLORAVAM "FORA KOFF".
Mas ele resistiu, o santo do homem campeão do mundo é muito mais do que forte, é imortal e o homem foi figura carimbada no cenário do futebol do continente no ano de 1983. Depois deste episodio veio a lembrada Batalha de La Plata, -onde muitos dizem que o Grêmio se entregou, mas era vida ou morte-, e Dr. Fábio havia levado dona Ivone com ele e a delegação: o circo estava armado, porém, o jogo terminou com o Estudiantes expulso da LA, agora o Grêmio dependia do América -a única fez que o Grêmio torceu por um time que vestia vermelho- e quando Dr. Fábio entra no estádio o presidente foi aclamado pela torcida, momento que ele assegura ser uma das maiores emoções de sua vida, ainda mais no final da partida que a torcida virou-se para a cabine onde se encontrava e gritava "GRÊMIO!GRÊMIO!", neste dia o Grêmio estava classificado para a final da Libertadores da América e o presidente não resiste, pega o microfone e com sua voz toma conta de Cáli dizendo: "Ninguém mais segura o Grêmio. Seremos campeões da América e conclamo todos os gremistas a se unirem a essa causa". E o presidente que sentia constantes dores nas costas, estava certo, seu pressentimento no final do ano de 82 estava certo e em 29 de julho de 1983 ele ergueu o 1º caneco no Monumental. E ainda tinha mais coisa por vir...
O curioso disto tudo foi que no dia 29 de julho quando o Gremio ganhou a LA os muros de POA amanheceram pichados de forma diferente, antes dizia "Fora Koff" agora dizia: "Fora Koff: vai para Tóquio" e 5 meses depois Dr. Fábio acompanhado de dona Ivone e a delegação foram mesmo. Atravessou o Atlântico para levantar a taça mais importante de sua história como presidente e como gremista: a Taça Toyota, leia-se Mundial de Clubes.
A chegada em POA após a conquista. Ao fundo podemos ver a esposa, dona Ivone.
O rancor da torcida acabou, virou ícone da torcida.
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